Através da investigação genética, podemos dizer que 80% dos homens europeus apresentam um Y (cromossoma sexual masculino), que remonta a agricultores que saíram do que é modernamente o atual Iraque, Síria, Jordânia e Turquia, no Neolítico, espalhando as práticas agrícolas pelo continente Europeu há cerca de 10.000 anos atrás.
Na publicação anterior, falei do Iraque. Este país corresponde mais ou menos à antiga Mesopotâmia.
A conquista da antiga Mesopotâmia (1) pelos árabes, foi rápida. A dinastia dos omíadas passaria a governar o maior império muçulmano de sempre, no que também incluiu a península ibérica. Este império ainda hoje alimenta a fantasia conquistadora do ISIS, esquecendo-se estes de referir a tolerância religiosa que caracterizou o período, o iluminismo cultural e científico.
Isto sucede no início dos anos 600 e o auge da civilização islâmica prolongou-se até 1242, tornando Bagdad a segunda maior cidade do mundo conhecido, apenas atrás de Constantinopla, e o mais importante centro de ciência e cultura até que, finalmente, os mongóis destruíram o atual Iraque, saquearam Bagdad e além de matarem o sultão e um grande número de habitantes, mataram também os estudiosos com grande pompa e circunstância, empilhando os seus crânios numa pirâmide.
A região sempre foi motivo de disputas, quer com os persas (atual Irão), quer com os turcomanos (atual Turquia) e os grandes impérios sempre se cruzaram nesta encruzilhada de terras, mesmo antes da descoberta das grandes jazidas de petróleo. Para culminar este ciclo de destruição, os turcos acabaram por arrasar Bagdad cerca de 1400, novamente. Este território foi particularmente disputado entre os impérios persas e turcos e estes impérios usaram a seu bel-prazer ora os sunitas ora os xiitas para consolidar o seu poder. Durante os 300 anos do período de ocupação otomana, os sunitas obtiveram mais vantagens e ocuparam posições de relevo na sociedade.
Curioso é que, quer o Irão quer a Turquia, são maioritariamente xiitas.....
Depois vieram as disputas dos grandes impérios europeus, ora atraídos pelo comércio e pela sua posição geográfica, ora atraídos pelas jazidas de petróleo....
Finalmente, os sunitas acabaram novamente por ver o seu poder consolidado na região, quando sob inspiração dos britânicos, as populações árabes foram instigadas a lutar contra o império otomano, acabando por eleger um novo rei, oriundo da Arábia Saudita mas que cresceu em Constantinopla (atual Istambul/Turquia), que para governar foi distribuindo diversas benesses pelos xiitas, curdos e sunitas. Estes últimos tomaram conta do parlamento decretando leis que os beneficiavam...e assim nos encontramos no início do seculo XXI com uma população que até então liderava, a ficar para segundo plano, após as eleições de 2005, quando é eleito um presidente da república curdo e um primeiro ministro xiita.
As lutas entre diferentes fações sunitas/xiitas ou mesmo xiitas/xiitas e de toda a ordem possível e imaginária, agravam-se numa guerra civil contínua. Para piorar ainda mais este cenário, o Iraque é local de disputa do ISIS na sua luta para recriar um novo califado...........
(1) e também terra do que se julga ser a mais antiga civilização, Suméria (embora novos achados o possam colocar em causa),
Na publicação anterior, falei do Iraque. Este país corresponde mais ou menos à antiga Mesopotâmia.
A conquista da antiga Mesopotâmia (1) pelos árabes, foi rápida. A dinastia dos omíadas passaria a governar o maior império muçulmano de sempre, no que também incluiu a península ibérica. Este império ainda hoje alimenta a fantasia conquistadora do ISIS, esquecendo-se estes de referir a tolerância religiosa que caracterizou o período, o iluminismo cultural e científico.
Isto sucede no início dos anos 600 e o auge da civilização islâmica prolongou-se até 1242, tornando Bagdad a segunda maior cidade do mundo conhecido, apenas atrás de Constantinopla, e o mais importante centro de ciência e cultura até que, finalmente, os mongóis destruíram o atual Iraque, saquearam Bagdad e além de matarem o sultão e um grande número de habitantes, mataram também os estudiosos com grande pompa e circunstância, empilhando os seus crânios numa pirâmide.
A região sempre foi motivo de disputas, quer com os persas (atual Irão), quer com os turcomanos (atual Turquia) e os grandes impérios sempre se cruzaram nesta encruzilhada de terras, mesmo antes da descoberta das grandes jazidas de petróleo. Para culminar este ciclo de destruição, os turcos acabaram por arrasar Bagdad cerca de 1400, novamente. Este território foi particularmente disputado entre os impérios persas e turcos e estes impérios usaram a seu bel-prazer ora os sunitas ora os xiitas para consolidar o seu poder. Durante os 300 anos do período de ocupação otomana, os sunitas obtiveram mais vantagens e ocuparam posições de relevo na sociedade.
Curioso é que, quer o Irão quer a Turquia, são maioritariamente xiitas.....
Depois vieram as disputas dos grandes impérios europeus, ora atraídos pelo comércio e pela sua posição geográfica, ora atraídos pelas jazidas de petróleo....
Finalmente, os sunitas acabaram novamente por ver o seu poder consolidado na região, quando sob inspiração dos britânicos, as populações árabes foram instigadas a lutar contra o império otomano, acabando por eleger um novo rei, oriundo da Arábia Saudita mas que cresceu em Constantinopla (atual Istambul/Turquia), que para governar foi distribuindo diversas benesses pelos xiitas, curdos e sunitas. Estes últimos tomaram conta do parlamento decretando leis que os beneficiavam...e assim nos encontramos no início do seculo XXI com uma população que até então liderava, a ficar para segundo plano, após as eleições de 2005, quando é eleito um presidente da república curdo e um primeiro ministro xiita.
As lutas entre diferentes fações sunitas/xiitas ou mesmo xiitas/xiitas e de toda a ordem possível e imaginária, agravam-se numa guerra civil contínua. Para piorar ainda mais este cenário, o Iraque é local de disputa do ISIS na sua luta para recriar um novo califado...........
(1) e também terra do que se julga ser a mais antiga civilização, Suméria (embora novos achados o possam colocar em causa),